A ligação entre a duração do sono e a hipertensão arterial foi tema de um estudo publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine.
Realizado com mais de 700 mil adultos, o objetivo foi avaliar a relação que o sono tem com a pressão alta, e em como isso difere por grupo demográfico.
Quantas horas você consegue dormir?
Os dados utilizados foram agregados do Sistema de Vigilância do Fator de Risco Comportamental de 2013, e do National Health combinado de 2007-2016, coletados pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos a partir de amostras nacionalmente representativas.
A principal pergunta do estudo foi: “Em média, quantas horas de sono você consegue em um período de 24 horas?”, em ambas as pesquisas. A hipertensão foi analisada como história autorreferida, e foram avaliados de forma idêntica os conjuntos de dados das seguintes variáveis:
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Idade (em grupos de 5 anos);
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Sexo;
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Raça/etnia;
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Status de emprego.
Nas análises ajustadas, em comparação com 7 horas, o aumento do risco de hipertensão foi observado entre aqueles que dormiam:
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≤ 4 horas;
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5 horas;
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6 horas;
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9 horas;
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≥ 10 horas.
A principal conclusão do estudo foi de que, tanto a curta quanto a longa duração do sono estão associadas ao aumento do risco de hipertensão na maioria das faixas etárias. Quando falamos em covariáveis, elas influenciam mais na relação com tempo de sono longo. Já a de sono curto está mais relacionada em adultos jovens e mulheres.
Quando estratificado por idade, sexo e grupos de raça/etnia, o sono curto foi associado a um risco aumentado para todos os grupos de idade < 70 anos, e sono longo (≥ 10 horas apenas) foi associado ao risco para todos, exceto < 24 anos e > 74 anos.
O que isso significa?
Significa que o sono é muito importante na luta contra a hipertensão.
Além disso, sabemos que dormir bem é de suma importância para todo o nosso organismo – pode influenciar nossa saúde de diversas maneiras, afetando o equilíbrio emocional, psíquico e metabólico, bem como nosso sistema imunológico.
Não se trata de dormir por longos períodos, como mostrou o estudo, mas de dormir por 6-8 horas por dia, profundamente, sem interrupções. Essa qualidade é essencial para o sono ser saudável.