As bebidas alcoólicas em excesso – cervejas, vinhos e destilados – são inimigas da pressão arterial. Quando falamos em consumidores pesados de álcool, aqueles que ingerem mais de 3 doses de álcool/dia, a prevalência de hipertensão arterial é o dobro da observada em abstêmios e consumidores leves, de acordo com o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA). É possível observar redução da pressão arterial após uma semana de abstinência.
Uma dose padrão de álcool contém aproximadamente 15 g de etanol, que equivale a uma lata de cerveja (330 ml), ou uma taça de vinho (150 ml) ou uma dose de destilado (50 ml). Assim, o consumo pesado é definido como a ingestão de pelo menos 3 doses de álcool/dia e o consumo leve-moderado quando a ingestão é menor do que 3 doses de álcool/dia, ou seja, duas doses/dia.
Há evidências que o consumo de cervejas, vinhos ou destilados pode reduzir o efeito de medicamentos para hipertensão, e que a redução deste consumo pode exercer papel semelhante ou maior na hipertensão que a perda de peso, atividade física e redução na ingestão de sal. Por fim, podem piorar a gastrite e dificultar a perda de peso levando a obesidade, outra inimiga do organismo, que também contribui para a hipertensão.
É sempre preciso consumir essas bebidas com moderação e não interromper o uso da medicação Entretanto, sabe-se que, durante esse período de quarentena e distanciamento social, o consumo de bebidas alcoólicas tem aumentado significativamente.
Álcool e pressão arterial
Primeiro, precisamos entender como o álcool afeta a pressão arterial. Cervejas, vinhos e destilados promovem vasoconstrição, ou seja, os vasos ficam mais estreitos. Quando o coração precisa impulsionar o sangue contra um vaso mais estreito a pressão sobe dentro do vaso.
Não há efeito agudo do álcool na pressão arterial dentro de minutos a horas – inclusive pode haver redução, após 8 horas de sono, nas pessoas que bebem à noite. As pesquisas mostram que a pressão arterial tende a se elevar de forma subaguda, dentro de dias a semanas.
Aumento do consumo
Em abril passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou preocupação com o aumento do consumo de álcool na quarentena e sugeriu que seu acesso fosse restringido. E, de acordo com a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), as distribuidoras tiveram um aumento de 38% em suas vendas; para os mercados, esse crescimento foi de 27%.
Apesar da euforia inicial, o álcool é capaz de estimular comportamentos violentos, pois libera nossos impulsos e emoções.
É preciso lembrar que as bebidas alcoólicas são lícitas, mas podem causar dependência. Portanto, seu consumo precisa ser feito com moderação.
Quanto é considerado aceitável? Quantas cervejas posso tomar por dia?
A orientação básica é não beber. No entanto, para que bebe, é aceitável ingerir no máximo duas doses de álcool/dia para homens (30g de álcool) que equivale a duas latas de cerveja (350ml/lata) ou dois copos de vinho de 150ml ou duas doses de 50ml de destilados como uísque, vodka ou aguardente; para mulheres ingerir no máximo uma dose de álcool/dia (15g de álcool);
E então: vamos nos cuidar nessa quarentena? Não beber ou para quem bebe, no máximo duas latas de cerveja/dia.