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Pergunta:Completando a minha pergunta: Drs. Há ensaios clínicos que comparam a eficácia terapeutica entre os BRAII: telmisartana e valsartana. Sabe-se que a dose máxima da primeira é de 80mg ao dia e a segunda 320mg/dia. Poderíamos afirmar que se utilizando a dose máxima da valsartana(320mg/dia) o efeito terapeutico na hipertensão mais resistente seria mais eficaz caso utilizássemos a dose máxima da telmisartana(80mg) ou não teria nenhuma influência?
Autor:Wanderlúcio
Data:23/1/2010 – 5:15


Respostas

Autor: Katia Coelho Ortega
Data: 23/1/2010 – 20:14
Resposta: Prezado Wanderlucio Telmisartana, um bloqueador dos receptores da angiotensina II, tem um grande volume de distribuição, devido à sua elevada lipofilidade. A eficácia da telmisartana 80 mg em monoterapia foi demonstrada usando MAPA, com reduções superiores nos valores de pressão médios após 6 h da dose quando comparados ramipril 10 mg e valsartana 80 mg. Em adição, telmisartana 80 mg fornece controle da pa superior a valsartana 160mg, após uma falha de dose. Quando combinado com a hidroclorotiazida (HCTZ) 12,5 mg, 40mg e 80mg de telmisartana é mais eficaz do que losartana / HCTZ (50/12.5 mg) no final do intervalo de administração. Além disso, maiores reduções nas últimos 6 h da pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD) são obtidos com telmisartana / hidroclorotiazida (80/12.5 mg) do que com valsartana / HCTZ (mg 160/12.5) em pacientes obesos com tipo 2 diabetes e hipertensão. (Vasc Health Risk Manag. 2006; 2 (3) :195-201.) Porém, veja que os estudos não compararam as doses de telmisartana 80 mg com valsartana 320 mg. Além disto, não há estudos comparastivos destes medicamentos em hipertensos resistentes. Portanto, não há evidências suficientes para a afirmativa de que o uso de telmisartana 80 mg deverá ser preferencial em hipertensos resistentes ao invés de valsartana 320 mg ou vice versa. Além do mais, os BRAs, em virtude de suas diferentes configurações moleculares, promovem ações que independem da sua propriedade de bloquear o receptor AT1 da angiotensina II. Eles diferem na capacidade de estimular os PPARy (telmisartana, irbesartana e metabólitos do losartana) na modulação do sistema nervoso simpático (maior com eprosartana), na função plaquetária (losartana e valsartana), na redução do ácido úrico (losartana) e na potência anti-hipertensiva. (Rev Bras Hipertens vol.14(3): 182-184, 2007) Atenciosamente Katia Coelho Ortega e Giovanio Vieira da Silva Supervisão: Prof. Dr. Décio Mion Jr.