Por mais que estejamos reclusos, ficar parado, ou seja, sem se exercitar, está fora de cogitação. Já falei aqui no blog sobre o sedentarismo e hoje quero falar sobre como problemas cardiovasculares também têm sido um dos efeitos colaterais das medidas de isolamento social adotadas para conter a covid-19.
Estudos reforçam a necessidade dos exercícios
Tudo isso é muito recente, mas cada vez mais estudos têm sido publicados sobre os possíveis efeitos dessa pandemia. O que estou usando como base para esse texto é de um artigo de revisão de pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), publicado originalmente no American Journal of Physiology.
É mais um artigo que traz um alerta à população. Nele, os autores validam sim o apelo de governantes e profissionais da saúde para ficarmos em casa, mas enfatizam que esse mesmo apelo deveria ter um complemento, o de não ficar parado.
Consequências severas
O artigo traz uma série de evidências científicas relacionadas ao impacto de curtos períodos de inatividade física sobre o sistema cardiovascular, como:
Atrofia e disfunção cardíaca;
Remodelação vascular com estreitamento luminal;
Aumento da rigidez arterial;
Disfunção endotelial na micro e macrocirculação;
Aumento do estresse oxidativo e inflamação;
Piora no perfil cardiovascular;
Aumento do risco de mortalidade por problemas cardiovasculares.
Idosos e portadores de doenças crônicas sofrem mais
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é fazer ao menos 150 minutos de atividade física moderada a intensa por semana, certo? Agora, imagine você que uma pessoa idosa ou portadora de doença crônica tenha mais dificuldades para realizar tal feito fora de casa. Dentro, a situação se torna pior. Aquela caminhada da manhã ou hidroginástica não existem mais. Por isso, a atividade física domiciliar precisa ser uma alternativa em pauta.
Benefícios que valem a pena
Ainda, o artigo apresenta também os benefícios da prática de atividade física domiciliar para a saúde cardiovascular:
Melhorias na aptidão e capacidade de exercícios;
Prevenção de comprometimento induzido pelo comportamento sedentário na função cardiovascular;
Melhor controle dos riscos por fatores cardiovasculares;
Prevenção primária e secundária de doenças cardiovasculares;
Redução do risco de mortalidade por problemas cardiovasculares.
Sendo assim, não há dúvidas: o melhor é não ficar parado.
Tem dúvidas de quais atividades você pode fazer? Converse com seu médico ou com um educador físico. Mas não use essa desculpa para não fazer nada!
Acesse o artigo completo, em inglês, clicando aqui.