Café em excesso pode influenciar a pressão arterial?

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Será que café em excesso pode influenciar a pressão arterial? Essa é uma pergunta que já ouvi bastante ao longo dos anos no consultório. Considero essa questão bastante importante, pois a bebida é parte da vida da maioria dos brasileiros.

Somos a terra do café, consumimos a bebida ao longo do dia: entre uma reunião e outra, após o almoço, ao acordar, no café da tarde e por aí vai. Parece que é uma bebida tanto para os momentos de trabalho quanto em família ou com amigos. O café é um companheiro, concorda?

E se você é fã de um bom cafezinho, pode ficar tranquilo: de modo geral, o café não eleva a pressão arterial ou pode causar aumento discreto e de curta duração.

Liberado para os hipertensos, mas sem exagero

Estudos recentes demonstraram um efeito neutro ou benéfico do consumo moderado de café 300-400 mg de cafeína (3 a 4 xícaras de café) por dia na pressão arterial e nas doenças cardiovasculares ou diabetes mellitus.

Sendo assim, os especialistas dizem que o consumo moderado de café é seguro e benéfico tanto para pessoas saudáveis quanto para pacientes com hipertensão e doenças cardiovasculares ou diabetes mellitus. Isso significa que mesmo quem já tenha sofrido algum evento cardiovascular, pode ter o consumo habitual de café sem aumentar o risco de doenças cardiovasculares recorrentes ou morte.

Além disso, de acordo com as evidências atuais, os hipertensos não precisam se preocupar, pois não foi demonstrada associação entre o consumo de café por um longo prazo e o aumento da pressão arterial, incluindo o consumo habitual da bebida.

O importante é não exagerar. Hipertensos com pressão arterial não controlada precisam evitar o consumo de grandes doses de cafeína. Uma ingestão aguda de 200-300 mg de cafeína (2 a 3 xícaras de uma vez) é capaz de produzir um discreto aumento da pressão arterial em hipertensos durante 3 horas; entretanto, o ideal é controlar a pressão arterial! Vá ao médico regularmente.

Os benefícios e minha recomendação

Por fim, para pessoas que têm o consumo moderado (citado acima) há redução de 15% no risco de doenças cardiovasculares, além de menor risco de morte, quando comparadas às pessoas que não ingerem café.

Sendo assim, a conclusão é de que não há justificativa para que eu impeça meus pacientes de tomarem café. Só peço atenção, pois as pessoas podem ter sensibilidades distintas à cafeína e o jeito de cada um fazer seu café é completamente diferente.

Mesmo tendo isso em mente, independentemente do tipo de preparo, cada xícara de café tem aproximadamente 100 mg de cafeína. Converse com o seu médico e solicite orientação sobre o melhor caminho a seguir.