A obesidade tem sido um problema cada vez maior em todo o mundo; dados recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) trazem essa preocupação à tona também no Brasil, visto que os números cresceram consideravelmente. Apesar de parecer pontual, o combate à obesidade é um dever de todos nós; como sociedade, precisamos estar mais atentos ao que comemos.
Divulgada em 21 de outubro, a Pesquisa Nacional de Saúde revelou que 60% dos brasileiros com 18 anos ou mais estavam acima do peso em 2019, ou seja, cerca de 96 milhões de pessoas. Desses, 41 milhões – ou 26% – estavam obesos. Tais números representam um aumento de quatro vezes nas taxas de obesidade em 16 anos. São índices alarmantes, que mostram grande aumento da população obesa.
Pandemia silenciosa
Já falei aqui no blog sobre o sedentarismo ser uma pandemia silenciosa e preocupante. Mas o que isso significa? Que as pessoas não se cuidam? Não, trata-se de uma doença crescente com um combate “fraco”; as medidas preventivas não são suficientes e, muito menos, efetivas, pois não chegam a toda a população.
Vemos manchetes todos os dias sobre emagrecimento rápido e sem esforço, que “basta fechar a boca e comer menos” ou que “só não emagrece quem não quer”, mas não é bem assim. Se fosse fácil, todos conseguiriam. Estamos diante de um problema muito maior e que precisa de um esforço da sociedade como um todo.
Além disso, precisamos levar em consideração o que nos oferecem. Cada vez mais, os alimentos in natura têm menos incentivo, com a crescente oferta de dos processados nos supermercados. Precisamos de ação de todos, comunidade, sociedades médicas e governo.
O estômago também está no cérebro
Outro fator é a base genética de cada um de nós.
Grande quantidade dos genes desta doença está relacionada ao cérebro que faz com que tenhamos mais ou menos fome e que deixemos de comer ou não. Assim, se aquelas pessoas que têm propensão a engordar não fossem bombardeadas diariamente por uma oferta excessiva de alimento, não engordariam. Entretanto, levando-se em consideração as gôndolas, a maioria das pessoas engorda, sim. E, após o ganho de peso, o próprio cérebro encontra formas de se sabotar para que não ocorra a perda. Por isso é tão difícil emagrecer.
Jovens também sofrem
O problema não atinge somente os adultos. A pesquisa mostrou que 19% dos adolescentes entre 15 e 17 anos também estão acima do peso; e quase 7% deles estão obesos. Isso fez com que o país como um todo caísse na avaliação do serviço de Atenção Primária à Saúde. Nossa nota nacional foi de 5,9, enquanto a nota de corte é de 6,6. Preocupante.
Tratamento e prevenção são o caminho
As estratégias para o tratamento e prevenção são a melhor maneira de combate à obesidade. Por isso, precisamos de ações governamentais e acesso a tratamentos na própria rede pública. É um processo que envolve diversas áreas, além da área médica:
Psicologia;
Nutrição;
Condicionamento físico.
Por isso, é importante que defendamos o SUS e lutemos para que melhorias sejam feitas. Só assim poderemos caminhar para que esses números caiam no futuro.
Dentro de casa, claro, cada um pode fazer a sua parte, principalmente comprando mais alimentos in natura e menos processados. É mais difícil cairmos na tentação quando ela não existe. É como dizem: descasque mais, desembale menos!