Hipertensão tem base genética?

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Uma questão bastante comum é se a hipertensão tem base genética. A resposta é sim. Na maior parte das pessoas, a hipertensão é hereditária, ou seja, você pode herdar a hipertensão do pai, da mãe ou de ambos de tal modo que a hipertensão aparece com mais frequência em algumas famílias do que em outras. Por quê? Porque os genes são segregados em padrão complexo de herança nas famílias que têm hipertensão. A probabilidade de ter hipertensão é maior para quem tem pai e mãe hipertensos do que quem tem só um deles.

Mas a hereditariedade não é a única causa. A hipertensão surge pela interação do componente genético do indivíduo com os seus hábitos ou estilo de vida.

Com relação a hábitos de vida, há fatores importantes no aparecimento da hipertensão: a quantidade de sal, potássio e de bebidas alcoólicas, o peso e a atividade física. Assim, se a pessoa ingere muito sal, pouco potássio, ou exagera nas bebidas alcoólicas, ou ainda se está obesa, ou é sedentária, a probabilidade da parte genética da hipertensão se manifestar é maior. Por outro lado, se você não come muito sal, come bastante potássio, não ingere bebidas alcoólicas em excesso, está dentro do peso ideal e não é sedentário, a probabilidade do componente genético da hipertensão se manifestar é menor.

Controle seus hábitos

Ao contrário da parte genética, os hábitos de vida podem ser controlados. Então é importante saber o que são hábitos de vida saudáveis. O que é comer muito ou pouco sal? Ou potássio? O que é ingerir bebidas alcoólicas em excesso? O que é estar no peso ideal? E, finalmente, o que é não ser sedentário?

Em termos de quantidades, o que é recomendado para evitar o aparecimento da hipertensão, ou seja, as medidas preventivas são:

  • Comer menos do que 5 gramas de sal/dia o que equivale a 5 colheres de café rasas de sal. O brasileiro ingere, em média, 12 gramas de sal/dia;

  • Aumentar a ingestão de potássio com dieta rica em vegetais e frutas, tais como banana, beterraba, batata doce, molho de tomate, espinafre, aveia e abacate;

  • Ingerir no máximo duas doses de álcool/dia para homens (30 g de álcool), o que equivale a duas latas de cerveja (350 ml/lata) ou dois copos de vinho de 150 ml ou duas doses de 50 ml de destilados como uísque, vodca ou aguardente; para mulheres, no máximo uma dose de álcool/dia (15 g de álcool);

  • Estar no peso ideal, ou seja, o seu índice de massa corpórea deve estar entre 20 e 25. O índice de massa corpórea é calculado pela divisão do peso sobre o quadrado da altura;

  • Praticar exercícios dinâmicos (caminhada, corrida, ciclismo, dança, natação) de 3-5 vezes/semana durante 30 a 60 minutos.

É lógico que seguir dieta saudável complementa tudo o que comentamos. A dieta saudável deve conter baixo teor de gordura, principalmente saturadas, baixo teor de colesterol, elevado teor de potássio e fibras e baixo teor de sódio. O valor calórico total deve ser ajustado para obtenção e manutenção do peso ideal.

Numa pequena parcela das pessoas que têm hipertensão, a causa não é hereditária e nem ligada a hábitos de vida. São pessoas que têm, por exemplo, um tumor da glândula adrenal que produz catecolaminas, substâncias que elevam a pressão. Neste caso, a retirada do tumor leva à cura da hipertensão.

Nos casos em que a hipertensão tem base genética, ou é hereditária, não há cura, mas existe tratamento eficaz para controlar a pressão e reduzir as complicações da doença.

Portanto, quando não há cura, o importante é tratar a doença. Assim, tomando os medicamentos prescritos e realizando mudanças de hábitos, podemos controlar a hipertensão e evitar suas consequências desastrosas. É importante lembrar que hipertensos não devem interromper o tratamento devido à pandemia pelo coronavírus.