Os rins são vitais para o funcionamento do nosso corpo. Doenças renais são preocupantes para a saúde pública, principalmente porque são silenciosas.
Muitas dessas doenças, quando chegam ao estado avançado, já exigem hemodiálise e transplante. Por isso, devemos monitorar nossos rins em consultas e exames periódicos.
Qual a função dos rins para o nosso corpo? Na verdade, são muitas! Rins saudáveis ajudam a: filtrar resíduos e toxinas do sangue, manter os minerais do sangue em equilíbrio (sódio, fósforo e potássio), regular os níveis de fluidos do nosso corpo, liberar o hormônio que estimula a produção de células vermelhas do sangue e até ativar a vitamina D, mantendo os ossos saudáveis.
Entretanto, quando falamos de rins doentes, podemos citar diversos males que o nosso corpo pode desenvolver:
- Osteoporose ou ossos mais fracos;
- Hipertensão;
- Anemia ou baixa contagem de glóbulos vermelhos;
- Insuficiência renal (doença renal em estágio terminal);
- Ataque cardíaco e derrame;
- Lesões nervosas (neuropatia);
- Doença cardíaca.
Infelizmente, a insuficiência renal faz com que a hemodiálise seja necessária em muitos pacientes. Considerada uma doença silenciosa, os sintomas não surgem no início das complicações e, sim, quando os rins já estão apresentando um grau mais sério de perda de função.
A seguir, confira dados de uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) sobre pacientes com doença renal crônica dialítica em julho de 2018, fazendo análise comparativa dos últimos 10 anos (2009-2018):
De acordo com a pesquisa, a causa mais comum de insuficiência renal crônica em diálise no período de 2009 a 2018 é a hipertensão. Houve aumento percentual da ordem de 4% nos casos de doença renal do diabetes, redução de 4% nos de glomerulopatia crônica e aumento de 3% daqueles com etiologia indefinida (vide Tabela). O perfil dos pacientes em diálise permanece estável no sexo masculino (58%). A maioria está na faixa etária entre 45-64 anos (41,5%), e com mais de 65 anos (35%).
Riscos e sintomas
O primeiro passo para rins saudáveis é avaliar os riscos de doença renal; para isso, é preciso entender seu histórico familiar quanto às doenças: obesidade, doença cardíaca, hipertensão e diabetes. Como fatores de risco adicionais, temos:
- Pedras nos rins;
- Lúpus e outras doenças autoimunes;
- Baixo peso aos nascer;
- Idade igual ou superior a 60 anos;
- Infecções crônicas do trato urinário;
- Uso prolongado de anti-inflamatórios como ibuprofeno e naproxeno.
Além disso, por ser uma doença silenciosa, o menor sinal pode ser crucial para sua descoberta! Quanto antes, melhor. É necessário prestar muita atenção caso haja inchaço nos olhos, mãos, abdome, tornozelos e pés; urina espumosa ou vermelha escura (com sangue); micção difícil e dolorosa; maior necessidade de urinar (principalmente à noite); sede aumentada; fadiga e fraqueza.
O diagnóstico via exames
Caso você seja do grupo de risco, pergunte ao seu médico sobre os exames a seguir, especialmente sobre o último. Pode ser que ele recomende outros testes também, mas o importante é que todos citados aqui estejam na lista.
- Urina: traços de albumina (um tipo de proteína), podem ser um sinal precoce de doença renal – quando muito presentes, indicam danos aos rins;
- Sangue: nele, é medida a taxa de filtração glomerular (TFG), pois ela mostra o quão bem os rins estão filtrando o sangue. Assim, verifica-se os níveis de creatinina no sangue e é feito um cálculo para tal taxa.
Além disso, diagnosticar e tratar a hipertensão é fundamental porque a pressão alta pode danificar os pequenos vasos sanguíneos dos rins (glomérulos) e é a primeira causa de insuficiência renal, perdendo somente para o diabetes.
Mantenha seus rins fortes e saudáveis
Minhas primeiras orientações são para quem já tem doença renal e deve cuidar dos rins para evitar maiores complicações. Além de seguir o tratamento já indicado pelo médico, gerenciar os níveis de açúcar no sangue, vacinar-se anualmente contra a gripe e tratar a pressão alta de forma correta são algumas delas.
Além disso, reduzir o consumo de sal, evitar anti-inflamatórios como ibuprofeno e naproxeno e consumir proteína moderadamente. Agora, a dica para TODOS, até para quem não tem doença renal:
- Beba com moderação;
- Pratique atividades físicas regularmente;
- Alimente-se de forma saudável e balanceada;
- Controle seu peso;
- Conheça seu histórico familiar;
- Monitore os níveis de colesterol;
- Monitore sua pressão arterial;
- Hidrate-se;
- Faça exames anualmente;
- Não fume.
Proteger os danos nos rins para quem tem pressão alta
Se você sofre com hipertensão, precisa de atenção e cuidados redobrados com os rins. Siga as orientações do seu médico para manter a pressão arterial controlada e NUNCA pare o tratamento por conta própria.
Converse com o seu médico sobre medicamentos para pressão arterial, como os IECA e BRA, que ajudam a proteger os rins. E tenha muito cuidado com o uso de analgésicos diários. Os brasileiros têm o costume de se automedicar, mas o ideal é que você só tome aquilo que o médico recomende. Além disso, controle a glicose (diabetes) e o colesterol.
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