Pergunta:Lendo a respeito dos efeitos do álcool sobre a pressão arterial, parece haver um certo antagonismo nas afirmações. Por um lado se diz que o álcool reduz a pressão, podendo inclusive potencializar o efeito de remédios anti-hipertensivos, mas por outro se afirma que o álcool é uma das causa da hipertensão. Os Srs. poderíam explicar qual o mecanismo de ação do álcool sobre as artérias? Obrigado.
Autor:Carlos
Data:24/9/2010 – 12:30
Respostas
Autor: Katia Coelho Ortega
Data: 24/9/2010 – 19:2
Resposta: Prezado Carlos, Alguns fatos ligados ao uso de bebidas alcoólicas e hipertensão arterial merecem destaque: Pessoas que ingerem mais de 30 a 40g de álcool por dia apresentam maior prevalência de hipertensão arterial e de acidente vascular cerebral, A ingestão de bebidas alcoólicas em doses leves ( menor que 30gde álcool/dia) não se associa a hipertensão arterial, A suspensão do álcool reduz significativamente os níveis pressóricos dos alcoólatras hipertensos. Também exige menção que a ingestão de bebidas alcoólicas em pequenas quantidades constitui fator protetor de doença aterosclerótica coronariana. Em vista desses fatos permite-se a ingestão bebidas alcoólicas em hipertensos desde que não seja ultrapassada a quota de 30g de álcool/dia. O consumo crônico de etanol (álcool etílico) pode conduzir a elevação da pressão arterial. O álcool é a terceira causa mais importante de hipertensão arterial, logo a seguir à idade e ao peso e à frente do tabaco e do estilos-de-vida. Cerca de 50% dos consumidores excessivos têm hipertensão arterial, que pode estar associada a outras complicações, nomeadamente problemas do ritmo cardíaco e angina. A relação entre o consumo crônico e a elevação da pressão arterial torna-se mais óbvia acima dos 40 anos de idade. Esta relação é independente do peso do indivíduo e do seu consumo de tabaco. A Hipertensão arterial reduz-se durante a abstinência, mas aumenta se houver uma recaída. Numerosos estudos epidemiológicos e outros são em favor de um efeito cardioprotector de um consumo moderado de álcool. O risco de morte por doença coronária parece ser mais elevado entre os abstinentes e os grandes consumidores. A origem parece estar ligada sobretudo a um aumento da síntese de HDL-colesterol (“colesterol bom”) induzidas pelo consumo moderado de bebidas alcoólicas. Também têm sido evocados mecanismos ligados aos efeitos antioxidantes dos flavonóides do vinho sobretudo vinho tinto jovem. O consumo moderado de álcool (10 a 30 g/dia – 1 a 2 copos de vinho por dia) pode ter um efeito protector sobre o sistema cardiovascular. Este efeito desaparece nos consumidores excessivos de bebidas alcoólicas ou naqueles que têm episódios de embriaguezes ou de consumo raros mas elevados. Os mecanismos que parecem explicar este efeito protector do consumo moderado de álcool são baseados na: – Mortalidade cardiovascular é maior em pessoas abstinentes do que em consumidores moderados; – Tendência para reduzida trombose e ateroma vascular. Os aparentes benefícios do consumo moderado de álcool na doença coronariana são apagados pelo consumo excessivo por aumento do risco de morte por outros tipos de doenças do coração; cancro; cirrose hepática e trauma inclusive resultante de acidentes. Por exemplo, o consumo moderado em pessoas idosas poderá diminuir o risco para doença coronariana, mas aumenta o risco para outras condições de doença ligada ao álcool, como interacções adversas álcool-medicamentos, trauma incluindo queda e acidentes de automóvel ou ainda Doença Cérebro-Vascular Hemorrágica. Esta ligação parece estar bem estabelecida, mas a causalidade ainda não está inequivocamente estabelecida. Neste contexto. antes que se esclareçam todas as dúvidas a prudência recomenda que: – Indivíduos que não consomem álcool não devem ser encorajados a beber com base em razões de saúde, porque a base para os possíveis benefícios de saúde ainda não está totalmente esclarecida e subsistem dúvidas se resultará exclusivamente do álcool. – Indivíduos que escolhem consumir devem fazê-lo moderadamente (1 a 2 doses por dia) caso não tenham outras razões de saúde que desaconselhem a ingestão; – Indivíduos que consomem excessivamente deveriam limitar os seus consumos; – Existem muitos fatores de protecção das doenças cardiovasculares para quem não bebe, como não fumar ou fumar menos, aumentar o grau de actividade física e procurar ter uma alimentação mais saudável… Atenciosamente, Dra. Katia Coelho Ortega e Dr. Giovanio Vieira da Silva Supervisão: Prof. Dr. Décio Mion Jr.
Data: 24/9/2010 – 19:2
Resposta: Prezado Carlos, Alguns fatos ligados ao uso de bebidas alcoólicas e hipertensão arterial merecem destaque: Pessoas que ingerem mais de 30 a 40g de álcool por dia apresentam maior prevalência de hipertensão arterial e de acidente vascular cerebral, A ingestão de bebidas alcoólicas em doses leves ( menor que 30gde álcool/dia) não se associa a hipertensão arterial, A suspensão do álcool reduz significativamente os níveis pressóricos dos alcoólatras hipertensos. Também exige menção que a ingestão de bebidas alcoólicas em pequenas quantidades constitui fator protetor de doença aterosclerótica coronariana. Em vista desses fatos permite-se a ingestão bebidas alcoólicas em hipertensos desde que não seja ultrapassada a quota de 30g de álcool/dia. O consumo crônico de etanol (álcool etílico) pode conduzir a elevação da pressão arterial. O álcool é a terceira causa mais importante de hipertensão arterial, logo a seguir à idade e ao peso e à frente do tabaco e do estilos-de-vida. Cerca de 50% dos consumidores excessivos têm hipertensão arterial, que pode estar associada a outras complicações, nomeadamente problemas do ritmo cardíaco e angina. A relação entre o consumo crônico e a elevação da pressão arterial torna-se mais óbvia acima dos 40 anos de idade. Esta relação é independente do peso do indivíduo e do seu consumo de tabaco. A Hipertensão arterial reduz-se durante a abstinência, mas aumenta se houver uma recaída. Numerosos estudos epidemiológicos e outros são em favor de um efeito cardioprotector de um consumo moderado de álcool. O risco de morte por doença coronária parece ser mais elevado entre os abstinentes e os grandes consumidores. A origem parece estar ligada sobretudo a um aumento da síntese de HDL-colesterol (“colesterol bom”) induzidas pelo consumo moderado de bebidas alcoólicas. Também têm sido evocados mecanismos ligados aos efeitos antioxidantes dos flavonóides do vinho sobretudo vinho tinto jovem. O consumo moderado de álcool (10 a 30 g/dia – 1 a 2 copos de vinho por dia) pode ter um efeito protector sobre o sistema cardiovascular. Este efeito desaparece nos consumidores excessivos de bebidas alcoólicas ou naqueles que têm episódios de embriaguezes ou de consumo raros mas elevados. Os mecanismos que parecem explicar este efeito protector do consumo moderado de álcool são baseados na: – Mortalidade cardiovascular é maior em pessoas abstinentes do que em consumidores moderados; – Tendência para reduzida trombose e ateroma vascular. Os aparentes benefícios do consumo moderado de álcool na doença coronariana são apagados pelo consumo excessivo por aumento do risco de morte por outros tipos de doenças do coração; cancro; cirrose hepática e trauma inclusive resultante de acidentes. Por exemplo, o consumo moderado em pessoas idosas poderá diminuir o risco para doença coronariana, mas aumenta o risco para outras condições de doença ligada ao álcool, como interacções adversas álcool-medicamentos, trauma incluindo queda e acidentes de automóvel ou ainda Doença Cérebro-Vascular Hemorrágica. Esta ligação parece estar bem estabelecida, mas a causalidade ainda não está inequivocamente estabelecida. Neste contexto. antes que se esclareçam todas as dúvidas a prudência recomenda que: – Indivíduos que não consomem álcool não devem ser encorajados a beber com base em razões de saúde, porque a base para os possíveis benefícios de saúde ainda não está totalmente esclarecida e subsistem dúvidas se resultará exclusivamente do álcool. – Indivíduos que escolhem consumir devem fazê-lo moderadamente (1 a 2 doses por dia) caso não tenham outras razões de saúde que desaconselhem a ingestão; – Indivíduos que consomem excessivamente deveriam limitar os seus consumos; – Existem muitos fatores de protecção das doenças cardiovasculares para quem não bebe, como não fumar ou fumar menos, aumentar o grau de actividade física e procurar ter uma alimentação mais saudável… Atenciosamente, Dra. Katia Coelho Ortega e Dr. Giovanio Vieira da Silva Supervisão: Prof. Dr. Décio Mion Jr.