Quem nunca sentiu aquela fome pós-treino e acabou consumindo mais calorias do que gastou, não é mesmo? Mas este problema parece estar com os dias contados de acordo com um novo estudo, publicado na Nature.
Saiba que não existe uma receita secreta para lidar com a fome pós-treino; o que os pesquisadores descobriram, na realidade, é que a fome pode diminuir se os exercícios são mais intensos.
O achado, que deve contar com mais pesquisas, foi possível graças à observação de uma nova molécula chamada de N-lactoil-fenilalanina (Lac-Phe) – composta de lactato e do aminoácido fenilanina. A matéria atuaria como reguladora do apetite e, quanto maior sua produção, menor seria a fome.
A produção de Lac-Phe pelo organismo não estaria ligada apenas ao fato de realizar os exercícios, mas à intensidade deles. Ou seja, quanto mais intensos, maior a quantidade desenvolvida de Lac-Phe e menor a fome pós-treino.
Solução da fome pós-treino?
Para chegar à descoberta da possível redução da fome pós-treino, os pesquisadores avaliaram camundongos obesos e, depois, o comportamento da produção da molécula no corpo humano.
No caso do ser humano, foram realizadas três séries de exercícios: 90 minutos na bicicleta ergométrica com intensidade leve, levantamento de pesos e vários sprints de 30 segundos na bicicleta ergométrica.
Em todos os casos a quantidade da molécula Lac-Phe subiu; porém, a maior diferença foi vista após a realização de sprints de 30 segundos na bicicleta ergométrica, seguido do levantamento de pesos e, por último, o treino com intensidade mais leve.
Assim, se a molécula regular o apetite do ser humano, tal como aconteceu com os camundongos, a fome pós-treino pode ter, enfim, uma solução: exercícios mais intensos.
O início da pesquisa
Inicialmente os testes foram realizados com camundongos obesos, sendo dado, para um primeiro grupo, quantidade a mais de Lac-Phe – e o resultado foi uma diminuição de 30% na ingestão da ração.
Depois disso, os estudiosos colocaram camundongos, incapazes de produzir Lac-Phe, para correr em esteiras por um longo período, com a regularidade de cinco vezes por semana. Assim, foi percebido que os animais comeram mais ração e engordaram 25% na comparação com o grupo de controle.
Desta forma, mesmo que a quantidade de exercícios do grupo de controle e do outro sem a produção de Lac-Phe fosse igual, o apetite e emagrecimento mudaram. Diante do resultado, foi feita a procura da molécula em outros organismos, e foi encontrada em cavalos que, após a corrida intensa, tiveram resultados significativos no nível da molécula.
Por fim, o experimento foi feito em seres humanos, como já explicado acima. Ou seja, diante desta descoberta prévia, o ideal para a fome pós-treino é investir na intensidade dos exercícios e não apenas na quantidade. Há especulações de que o achado, no futuro, poderia até servir como uma espécie de “pílula do exercício”, mas ainda é cedo para tais conclusões.
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