Pergunta:Fiz exame de holter e ecocardiograma e deram normais, porem no exame de sangue deu cpk 623u/l e o creatino fosfoquinase fracao mb deu 11 u/l e troponina <0,01ug/L, o que significam estes resultados, é preocupante? Tenho 18 anos e trabalho com serviços pesados.Obrigado
Autor:Josué
Data:19/12/2009 – 20:21
Respostas
Autor: Katia Coelho Ortega
Data: 27/12/2009 – 16:7
Resposta: Prezado Josué A creatinoquinase (CK), também conhecida como creatinofosfoquinase (CPK) tem um papel chave no transporte de energia nas células musculares. Encontra-se em altas quantidades nos músculos esqueléticos, no músculo cardíaco e no cérebro. Quantidades mínimas estão presentes no intestino e nos pulmões, porém não se encontra presente no fígado. As concentrações de CK sérica são dependentes da idade, raça, sexo, massa muscular e atividade física. Em geral, homens têm níveis mais elevados que as mulheres e negros têm níveis maiores que os brancos. Elevações transitórias da CK, geralmente menores que 5 vezes o normal são comuns após trauma muscular, injeções intramusculares, eletromiografia de agulha, procedimentos cirúrgicos, ou exercício físico moderado a severo. As elevações da CK são geralmente associadas com miopatias, sendo menos comumente associadas com doenças neurogênicas e eventualmente podem ocorrer em indivíduos assintomáticos. No infarto agudo do miocárdio (IAM), seguindo isquemia miocárdica aguda, a CK sérica total começa a aumentar em 4 a 8 horas, atinge seu pico em 12 a 24 horas e declina aos valores de base em 2 a 3 dias. A elevação da fração MB é altamente sensível (98-99%) e específica (95-97%) para o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio. Tanto a sensibilidade como a especificidade são mais altas após 12 a 16 horas do início dos sintomas. Assim, uma CK-MB normal 6 a 10 horas após o início dos sintomas praticamente exclui a possibilidade de IAM. Embora as medidas seriadas da CK total e da CK-MB tenham sido usadas como os principais marcadores para o diagnóstico do IAM, essa prática está mudando para incluir substâncias de liberação mais rápida como a mioglobina e marcadores cardíaco-específicos como a troponina T e a troponina I. Os níveis de mioglobina sérica, os quais não são cardíaco-específicos, atingem o pico sérico muito precocemente (entre 1 a 4 horas) após o infarto do miocárdio. A troponina I e T, as quais regulam o processo de contração mediado pelo cálcio, estão presentes nos músculos cardíaco e esqueléticos, embora elas tenham diferentes seqüências de aminoácidos e sejam codificadas por diferentes genes. As frações cardíacas de troponina, particularmente a troponina I, são altamente específicas e não estão presentes no músculo esquelético. Como as concentrações de troponina I em indivíduos normais é quase zero, sua sensibilidade é maior que da CK-MB, permitindo a detecção de pequenos graus de necrose do miocárdio. Após o IAM, a troponina I começa a aumentar em 3 horas, atinge um pico em 24 horas e persiste elevada por 7 a 10 dias. Portanto, além de ser altamente sensível e especifica, a troponina I também é útil para detectar infarto do miocárdio na fase subaguda. O resultado da sua troponina foi normal, o que em seu caso afasta a possibilidade de infarto agudo do miocárdio. Atenciosamente Katia Coelho Ortega e Giovanio Vieira da Silva Supervisão: Prof. Dr. Décio Mion Jr.
Data: 27/12/2009 – 16:7
Resposta: Prezado Josué A creatinoquinase (CK), também conhecida como creatinofosfoquinase (CPK) tem um papel chave no transporte de energia nas células musculares. Encontra-se em altas quantidades nos músculos esqueléticos, no músculo cardíaco e no cérebro. Quantidades mínimas estão presentes no intestino e nos pulmões, porém não se encontra presente no fígado. As concentrações de CK sérica são dependentes da idade, raça, sexo, massa muscular e atividade física. Em geral, homens têm níveis mais elevados que as mulheres e negros têm níveis maiores que os brancos. Elevações transitórias da CK, geralmente menores que 5 vezes o normal são comuns após trauma muscular, injeções intramusculares, eletromiografia de agulha, procedimentos cirúrgicos, ou exercício físico moderado a severo. As elevações da CK são geralmente associadas com miopatias, sendo menos comumente associadas com doenças neurogênicas e eventualmente podem ocorrer em indivíduos assintomáticos. No infarto agudo do miocárdio (IAM), seguindo isquemia miocárdica aguda, a CK sérica total começa a aumentar em 4 a 8 horas, atinge seu pico em 12 a 24 horas e declina aos valores de base em 2 a 3 dias. A elevação da fração MB é altamente sensível (98-99%) e específica (95-97%) para o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio. Tanto a sensibilidade como a especificidade são mais altas após 12 a 16 horas do início dos sintomas. Assim, uma CK-MB normal 6 a 10 horas após o início dos sintomas praticamente exclui a possibilidade de IAM. Embora as medidas seriadas da CK total e da CK-MB tenham sido usadas como os principais marcadores para o diagnóstico do IAM, essa prática está mudando para incluir substâncias de liberação mais rápida como a mioglobina e marcadores cardíaco-específicos como a troponina T e a troponina I. Os níveis de mioglobina sérica, os quais não são cardíaco-específicos, atingem o pico sérico muito precocemente (entre 1 a 4 horas) após o infarto do miocárdio. A troponina I e T, as quais regulam o processo de contração mediado pelo cálcio, estão presentes nos músculos cardíaco e esqueléticos, embora elas tenham diferentes seqüências de aminoácidos e sejam codificadas por diferentes genes. As frações cardíacas de troponina, particularmente a troponina I, são altamente específicas e não estão presentes no músculo esquelético. Como as concentrações de troponina I em indivíduos normais é quase zero, sua sensibilidade é maior que da CK-MB, permitindo a detecção de pequenos graus de necrose do miocárdio. Após o IAM, a troponina I começa a aumentar em 3 horas, atinge um pico em 24 horas e persiste elevada por 7 a 10 dias. Portanto, além de ser altamente sensível e especifica, a troponina I também é útil para detectar infarto do miocárdio na fase subaguda. O resultado da sua troponina foi normal, o que em seu caso afasta a possibilidade de infarto agudo do miocárdio. Atenciosamente Katia Coelho Ortega e Giovanio Vieira da Silva Supervisão: Prof. Dr. Décio Mion Jr.